segunda-feira, outubro 31

Escondi-me no bosque, debaixo de pedras, tempestades de imagens que não, não neste tempo, me cabem na tonta inteligência, eram espinhos que se desencaixavam simplesmente deste corpo, contando histórias em que só eu queria acreditar.
Olhava as estações!
Por vezes interpretava os acontecimentos, as transformações, como algo que pertencera a um conto que se debruçou numa outra realidade, o verde permanecia, a chuva caía, mas a carne que escondia não era a minha, era sim, a que necessitava para segurar os ossos franzidos de alguma bagagem.
Engraçado! Apetece-me falar do Outono! Das Folhas de Outono!
Enunciado em idade de boneco, observava nas imagens que me apresentavam as mil formas que existem para uma flor, para as folhas que eram mostradas em folhas, e lembro-me de precisar as minhas emoções de miúdo, que estas aquando do seu adeus, se prostravam no chão, reflectindo as suas cores de carta, e isto sim, ainda me enfeitiçava como se aquelas cores fossem o único sentido lógico na existência de algo com o nome de Natureza. Nas quatro passagens onde o tempo nem se fizera sentir, o Outono trazia-me não só o meu fruto preferido como a carência daquele abraço, e claro, o murchar de algum verde. Sem que tempo perdesse travava a luta, de acalmar aquela utopia mental. Os Outonos não são iguais a pensamentos nem a desejos, e na minha acampada, neste esconderijo, mais gelado que as minhas próprias memórias, saio para ainda mais histórias construir.

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