É devastadora a visão com que te observo neste segundo em mais um processo.
Acaricio-te com o que não precisas, num ato tão egoísta e tão massacrado que por maldade inusitada paro triste ou contente, para assim te encontrar e ouvir.
Caminho em cada manha, nas calçadas de um lugar qualquer que abraço, imaginando qual seria, qual é, o sabor nos lábios enquanto respiro e te alimento.
Em muitos momentos apetece-me espremer-te com a vontade de que te possas expressar na única língua que conheço, com palavras ou com a música tocada por notas com que te cuidas.
Serás tu Coração so porque bates?
No meu casulo mental, do por mim a pensar no invés louco que seria! Devias tu falar e de uma maneira qualquer. Que conseguisses tu agir, em conformidade com o raciocínio mesmo que irracional por vezes, que conseguisses tu bombear a galope com os sentimentos e não com o bombear do sangue que em ti corre.
Neste tempo, sugo o querer estar bem sem que te oiça a trabalhar, admitindo que és mais uma tecla deste meu piano de cauda frágil que me constitui, para com desdenha força conseguir colocar-te no lugar correto, mas, infelizmente, o poder que te foi dado por uma matriz qualquer, não chega para me conduzir e me consolar no pensamento próprio desta estação.
Um olá para ti Coração que na verdade falas em momentos concretos deturpando a inteligência de que necessito…