Neste instante oiço-te como uma palavra cravada, sinto-te bandida como outra vida que para a qual, desconto e me escondo.
Este destino dá-me, a possibilidade de escolher a sorte com o pensamento vazio, constatado num segredo que me conferiste.
Com a paixão e o cante do sonho da minha terra, entranhas-te nos teus próprios dedos mudando os teus gestos, os gestos da rubrica rotineira, altamente parcial!
Saudade Tu! Que padeces no meu conhecimento, que fazes desta juventude uma sábia, vibração no meu caminho, delicia-te! És a vida que deixo nas lágrimas prostradas nos meus olhos, sempre abertos e, por isso, cansados.
Onde foi que te perdestes?
Pareces-me etérea no meu respirar, consigo ver-te no céu da minha boca por uma bola em vidro, neste paradisíaco e ilusionista mundo só meu. O teu anel de prata sufoca-me entre tantas gaiolas que corrompem o meu pensar. Se te oiço pareces madeira, se te toco, não toco, e vertes uma ilusão, que só nos mares remotos penso que existem. E batalhas! E piratas! Enfim… Sinto-te agora, sem uma guitarra que te caracterize com notas ilibadas, por fados, poemas degenerados em muitos momentos, ou por simplesmente por te ouvir grunhir em pausas com lógica.
Que fiques no teu tempo, à tua perfeita e imperfeita vontade, mas acima de tudo que me tragas sempre o valioso sentir, o reconhecimento dos melindres do tempo e de outra temperatura qualquer, como me conferem as preciosas estações, ora sejam de flor, ora sejam de praia nos vales que a natureza nos oferece. Talvez na temperatura subida e na devida altura, me confiras o bronze de uma hormona que te combata, ou que te ensine a entrar, a ficar, e a dormir como naquela minha noite gelada de ontem.
Para ti Saudade, hoje chamo-te bandida!
1 Your comment :
É bandida, oportunista, e não nos deixa pensar no grande nada que às vezes nos apetece.
(Obrigado por pontuares o texto, e por me melindrares a leitura com o teu ritmo, que me é estranho por falta de hábito. Concluindo, very well!)
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