terça-feira, junho 17


O bailarico mental está montado!
A adjudicação da minha ordem quer parecer-me difícil e, ao mesmo tempo, tão carnal que se torna estupidamente fácil, de rasteira inusitada com um certo quê de perspicácia à mistura.
Mas será que ainda mando?
Toquei no passado, arrisquei sem pudor, sem choro, um pensar,  e até um não hesitar e por isso aqui passo.
O pensamento cansado e as tentativas por algo a descobrir ou simplesmente a recordar, não me trazem ainda nos dias de hoje, qualquer arrependimento. Só mesmo aquele saudoso estar ora inseguro ora poderoso que me suja a preguiça e me reforça com iniciativas já adultas e puramente fantasiosas.
Os copos copinhos, pergaminhos mirabolantes, o calor, o exótico, esse lábio, aquele olhar, a transformação do crescimento e anos que passam… são coisas fartas, que cabem num bolso de memórias e me dão significados sem par. São razão, são paixão, são um corpo presente que na membrana deste toque se põem à vista. São pois, “animalices” com que pinto fotografias dentro de mim ocupando-me assim de um tempo indeterminado.
Que venha o ódio ou aquele belo sentimento carnívoro tão estranho quanto o pecado, daquela que me parece estranha mas que não o é. Aliás, nada estranha quanto o pecado que tento justificar.
Peco com a alma estatelada num vazio e toco com a fantasia quando me lembro que brincar com o passado é o mesmo que brincar sob brasas cintilantes espalhadas pelo chão.
Tudo é vácuo, tudo é sonho… é desejo que na verdade nunca joguei porta fora e o tempo foi uma forma bem equacionada para medir a duração de algo. 

"O tempo não é senão a condição subjectiva sob a qual as instituições são possíveis em nós"
                                                                                                                                                  Kant


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