O bailarico
mental está montado!
A
adjudicação da minha ordem quer parecer-me difícil e, ao mesmo tempo, tão
carnal que se torna estupidamente fácil, de rasteira inusitada com um certo quê
de perspicácia à mistura.
Mas será que
ainda mando?
Toquei no
passado, arrisquei sem pudor, sem choro, um pensar, e até um não hesitar e por isso aqui passo.
O pensamento
cansado e as tentativas por algo a descobrir ou simplesmente a recordar, não me
trazem ainda nos dias de hoje, qualquer arrependimento. Só mesmo aquele saudoso
estar ora inseguro ora poderoso que me suja a preguiça e me reforça com
iniciativas já adultas e puramente fantasiosas.
Os copos
copinhos, pergaminhos mirabolantes, o calor, o exótico, esse lábio, aquele
olhar, a transformação do crescimento e anos que passam… são coisas fartas, que
cabem num bolso de memórias e me dão significados sem par. São razão, são paixão,
são um corpo presente que na membrana deste toque se põem à vista. São pois, “animalices”
com que pinto fotografias dentro de mim ocupando-me assim de um tempo
indeterminado.
Que venha o
ódio ou aquele belo sentimento carnívoro tão estranho quanto o pecado, daquela
que me parece estranha mas que não o é. Aliás, nada estranha quanto o pecado
que tento justificar.
Peco com a
alma estatelada num vazio e toco com a fantasia quando me lembro que brincar
com o passado é o mesmo que brincar sob brasas cintilantes espalhadas pelo
chão.
Tudo é vácuo,
tudo é sonho… é desejo que na verdade nunca joguei porta fora e o tempo foi uma
forma bem equacionada para medir a duração de algo.
"O tempo não é senão a condição subjectiva sob a qual as instituições são possíveis em nós"
Kant
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