quarta-feira, setembro 17

Finalmente Seville**

Na imperfeita minha vida realizou-se um sonho!!!!
Cansa-me a vida pela descoberta, pela curiosidade, pelo o amargo e na mesma doce, pelo interesse e simplesmente pela vida de outros. O passar do tempo alimenta qualquer receio mas no segredo das coisas canto pelo desejo com que nasci.
Todos nós temos sonhos, independentemente da hora e do dia em que nos saciamos com o realizar dos mesmos não podemos nunca descurar as nossas vidas e desistir como se tratasse de um jogo qualquer. Se assim fosse então deixariam de ser sonhos e passariam a ser meras mediocridades, desejos ou talvez uma tarefa para mais tarde cumprir.
Pois bem, não é segredo nem para mim nem para o meu próximo que Sevilha me está no sangue. Acontece que até dia 8 deste mesmo mes a oportunidade para conhecer a tal e maravilhosa cidade tardava em aparecer. Hoje grito na solidão para dizer: Obrigado Alexandra Maria :-).
Sempre foi importante para mim poder fazê-lo com alguém a meu lado. Sou um assassino da minha própria carne e muitas vezes das minhas amizades. Quer isto dizer que hoje em dia os amigos não andam por aí a correr na rua deixando no ar a possibilidade de os poderes agarrar, andam sim escondidos e cheios de vícios. Hoje a sociedade tem padrões, os amigos tecem exigências e moldes, pouca sinceridade, e falta de humildade por vezes fazem-nos falhar por inconsciência com este e com aquele. Eu tento sempre ver as coisas por outro prisma. Não gosto de exigir dos meus amigos mas cada vez mais sinto a necessidade de me agarrar à terra e fazer definições. Para alem de tantas e tantas coisas que uma amizade nos pode dar eu acredito que esse mesmo dar tem e deve ser um acto contínuo e natural. A própria amizade desenrola-se de forma natural. Acho que hoje os meus gestos enquanto amigo estão em constante avaliação e isso rouba a magia que cada ser tem dentro de si. Sempre desejei que neste momento tivesse alguém a meu lado com quem partilhar e viver o realizar deste meu sonho. E lá estavas tu...
Seria muito difícil descrever e só por palavras o afecto, a magia, a cor e o cheiro daqueles passeios, daqueles sorrisos, daquelas pessoas, da luz, do bonito e do despreocupado. É muito bom sentirmo-nos bem com algo que estamos a fazer neste ou naquele momento. Há muito que não me sentia tão bem, tão feliz. O "lerdosismo" e a adrenalina com que estava a viver aqueles momentos obrigam-me a ficar triste por ter de voltar a terra outra hora desconhecida, uma casa de mau habito ou uma família nunca conhecida.
Mas terei força suficiente para um dia lá me encontrar novamente e esquecer a quebra constante da minha felicidade.
Conto então como foi...
Foi tudo, com um simples nada
Foi água no deserto
Peixe em terra
Boca larga
Sorriso afiado
Cosmos no ar
Fatum no corpo
Paixão e desejo
Companhia e diversão
Tradição e muito calor
Chuva miúda em dia grande
E no encanto a fabulação o querer mais, o não querer parar.
Agora sim não quero acordar do gosto de uma piscina na bela manha e o lindo coche à tarde, do cansado que lá íamos deixando nas ruas e o suor da noite.
"Abanar a Anca"!!!! Que lindo não é??
Hoje respiro com a sensação de que existem acontecimentos na nossa vida que para alem da própria luta aparecem porque estavam destinados ou predestinados ao nosso ser.
Não quero acreditar no impossível mas sim confiar no possível... Quero contudo viver sem estereótipos… viver com o meu Kosen-Rufu e fazer a minha própria Revolução Humana.




Um episódio macabro!!!
Estávamos na última noite da nossa estadia em Sevilha numa esplanada linda e não é que alguém com miolo de macaco decide sem que dê por isso apagar qualquer coisa como 200 e tal fotos que tínhamos tirado até àquela hora. Realmente só eu para tal feito.
Enfim posso sempre gabar-me de que existem milhões e milhões de momentos que só eu e a Xana guardamos.
Se antes já era difícil descrever o bom desta viagem agora torna-se quase impossível.
Remeto-me à memória e assim guardo o cheiro das coisas como nunca o fiz antes।

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