quarta-feira, novembro 19

Água benta que me derrete os lábios, ternura desconhecida que na nascente seca deslumbrou, com simplicidade e desconfiança.
Mostro-te a guitarra de porcelana, na problemática conto em três gestos, e para que em aparência seja impossível, descrevo acordes com nitidez.
Edéticamente componho para a simples sombra, o vazio de fêmea doce, que
por erros se afasta e pela perfeição se cresce. Menina de outra hora, deixa-me beber o pouco da vida, o pequeno ser que por ai vou descobrindo, e no caminho de uma noite, mesmo com exagero, nada de novo me traz.
Espantoso sossego sinto neste momento a solo, olho infinitamente como uma bruxa desconhecida e simulando gestos, escondo-me para que de forma difícil me caia a razão sem que exista verdade.
Mas quero perdida caixa de cartão, esse teu engenho distinto e perfeito que com orgulho se entranha, sem que um bago de cedro se crie. Dá-me a luta de um sonho, a roda de algo que se mova, a felicidade que tanto busco no cristal de uma estrela, o som, o silêncio, sim dá-me tudo.

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