sábado, dezembro 11

A lembrança esquecida levou-me ao sol
Praia quente que me queima
Meninos buzinavam sorridentes
Adeus aqui estou... E parto
Barco em madeira de fina planta
Corre em águas que bebo e enxuto
Descobertas com especiarias e pozinhos

Charme na pressa que não tenho
De marés todos se refugiam
Aos navegantes algo deixa
Terra ainda à vista, um pouco desarmada
Quando já ninguém me escuta
Corvos depenados de milhas
Migalhas e olhos brutos
Deixam-me em mais uma lembrança esquecida...

O calor penetra-se na madeira
Nas cordas de tantas correntes
Os ruídos da abarcada desta madrugada
São presas de tantas tormentas
Passo a vista com sal
Para a proa abraço o imenso
Salto e grito para mil palavras
Se falasse para o mestre
Não me iria lembrar de parar
Continuo, submetendo-me
No trabalho árduo de pirata
Vejo, não vejo o que vejo
Uma risada num instante
Não peço qualquer contacto
Cheguei, pisei algum grão
A falta do acenar cabido
Traz-me a alegria do nu
Do nada e tanta coisa verde­
Tanto pasto, flor e cor
É um lugar de canto, um monte
A incerteza do nada certo
Enrola-se no que vejo e estou a sentir
Aqui estou e com bote maior
Até subia

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