domingo, maio 26


"Todos aqueles que se sentem desprezados fazem tudo na vida para serem odiados."

                                                                                                             KELLGREN, Johan Henrik

Curiosidade: este poeta do séc. XVIII nasceu na Suécia, país com desgraças a acontecerem bem no centro de Estocolmo e que se devem a algum sentimento de desprezo sentido pelos jovens da preferia desta grande cidade e habitantes dos bairros sociais.

Qualquer tempo de ontem parece hoje mais quotidiano do que outra coisa qualquer. 

sábado, maio 25



Pacotes e Financiamento de...   


Parece que em Portugal é mais favorável (para agentes de renome e nome de ribalta) endividarmos a nossa pátria contra tudo e todos, comprometer a mesma com o poder financeiro e empresarial alemão/europeu nada monetário, e também FMI, do que reflectir sobre o nosso modelo sócio-empresarial e no que é primordial, como os impostos e a falta de mercado interno por escassez cada vez maior do poder de compra familiar sendo que este é um mercado apetecível e desejado para as PME. 
Penso eu: Pessoas e depois Empresas, mas talvez esteja a ser socialista em demasia. Ou então trata-se do jogo do burrinhos e ladrões que eu não sei jogar!
O que é isto do financiamento externo, ou como disse Vítor Gaspar esta semana em Berlim "disponíveis para ajudar", referindo-se às ajudas financeiras por parte do KfW (Banco de Investimento Público Alemão) às PME de Portugal?  
                                              Gaspar garante (...) Publico 23 maio               

Eu começo a inclinar-me para o raciocínio de que daqui a cinco anos, tempo que dizem estarmos recuperados não sei de quê, anúncios como este irão estar a ter o estúpido efeito de começar a decapitar quem irá recorrer a este financiamento encapuçado por redes e países de armadilha fidalga e altamente perigosa. 
Eu gostava de acreditar que o empobrecimento a que assistimos, o contínuo endividamento, a imigração jovem, a privação do consumo e o desemprego a aumentar da forma como sabemos, esteja conforme objectivos apresentados ou irá dar o contributo para pagamento de financiamentos alemães do passado.
Vivemos portanto numa zona que nada tem a ver com monetária mas sim com economias individuais prestadoras, credoras e colonizadoras/colonizados. 
Vem aí mais uma bolha, um ciclo vicioso para além de tudo o que já tem sido assinado. 
Como diz a Alemanha quem é devedor terá de pagar a menos que seja perdoada a divida! Pois... não sei se dizem. 
Não é deste ou daquele governo, um nada pouco contra políticos por parte da minha pessoa. Não pode também dever-se a este ou aquele voto menos feliz dos cidadãos porque a campanha prossegue. 
A máxima verifica-se: primeiro financia-se e depois dá-se a  decapitação do ser-se uma PME aderente ao crédito e mais crédito nomeadamente externo. 
O ciclo vicioso de quem pede e quem empresta, de quem tem dificuldade em pagar e quem recebe, está para durar muitos e bons anos.
Daqui a 5 anos quero mesmo voltar a este assunto. Agora posso pensar que é só ou não, uma medida neste tempo gaspartino.


Agências e Ratings  


Como é que alguém um dia acorda com o pensamento de que é importantíssimo para a economia mundial, existirem empresas ou gabinetes de ensaio e jogos de computador, em que  a única função destes consiste em brindar a burguesia, brincar aos burrinhos e ladrões, ao ponto de tornar a dignidade humana num posto de marioneta e educando money minds?! 
Que necessidade tem esta existência? 
Imaginem! 
Agora "digo": vamos criar/montar uma industria de sardinhas enlatadas mas com sabor a maracujá. 
Logo aparece-me de lá um senhor (dessas agências com nome Inglês) a dizer: oh yeh esse país não vale um chavo.
E continua: 
... e como tal eu aconselho a população mundial a dizer não a gastronomia deste país, por acolher tal invenção o mesmo é uma côdea de pão com mês e meio! 
Enfim...






sexta-feira, maio 24


El Chamaco

Chamaco = Muchacho = Boy.

 Falando com o casal mexicano, enquanto desenhava no Largo do Carmo, aprendi uma nova palavra!



                                                     

A respeito da entrevista de Miguel Sousa Tavares ao Jonal de Negócios onde afirma que, "o pior que nos pode acontecer é um Beppe Grillo, um Sidónio Pais. Mas não por via militar. Nós já temos um palhaço. Chama-se Cavaco Silva. Muito pior do que isso, é difícil”

Bem, se por um lado temos o normal posicionamento posterior de quem diz o que diz por outro, temos uma verdade que talvez em questionário aos que mais se manifestam - não pondo de parte todo e qualquer cidadão que se informe - e que não são poucos, teríamos a infeliz verdade que o cavaquito está  de facto na reforma. 

Poderá sempre coexistir neste espaço que é de todos, uma ignorância sobre o seu papel na actualidade, bem como de passado, salve CCB! Digamos que é o politico em funções com mais antiguidade. 

Ele (político) até prescindiu do ordenado que é muito inferior a essa mesma reforma não podendo gozar dos dois! Enfim às vezes até parece ter energia!!! 

Eu não tenho nada contra o ser-se político é facto, tenho sim e sempre uma dificuldade em perceber como se vive, afinal o trabalho vai para casa e a casa vai para o trabalho. A nente tem destas coisas!

 Mas deixo aqui um exercício...

Afinal que funções ou figuras são desempenhadas ou representadas por este senhor ainda político? 


Exercício único

                                         A - presidente 

                                                       B - reformado


Qual de A ou B está correta. (200 Pts = 20 nota final)


                             Mais notícias para este assunto em Negócios Online




terça-feira, maio 21



Uma descoberta importante!


Hedônico é a primeira palavra que me apraz para este SALTO mental.
Convicto de que sou mais um numérico nada genérico, neste portugalex em sociedade global – coberto de estímulos e gritarias, consumismo de alto nível numa constante reunião de pessoas – expresso-me.
Separar o joio do trigo é uma arte do catolicismo se se quiser mas, separar aquilo que somos e temos e tentar chegar a uma realidade que nunca experienciamos mesmo sabendo que ela existe, é igualmente uma arte mas mais difícil de atingir.
Não me tinha nunca imaginado com total tempo para mim.
Nunca me tinha sentido fora da tal sociedade global em que como, bebo, fumo e vivo.
Esta foi a minha viagem ao SALTO, uma viagem de emoções e mil sensações, umas quantas estranhezas e muitas destas de entranhar.
O SALTO é um lugar grande, alto! Um monte de Alguém especial.
Não é tão diário quanto desejava, recordar os momentos em que estive definitivamente comigo ao longo desta minha jovem idade. Os sítios e as gentes! Aquele estar concentrado em apenas respirar, desprovido de qualquer estímulo social, esse compromisso com o “bebe e cala-te” normal que se tem vivido neste país ultimamente. Não menosprezo a forma como vivo, reconheço-a até como a fórmula única de viver e na verdade sempre foi a que me causou mais felicidade por acreditar nela e nela me inserir. Acredito e mais agora, que no experimentar pode estar uma maior oportunidade de escolha e de felicidade. Como diz uma Profª minha do politécnico, tudo tem política. Mas voltemos ao SALTO.
Este lugar trouxe-me aqui porque me ajudou a reflectir sobre a funcionalidade da vida enquanto bicho deste planeta.
Depois de uma “auto-estrada” de comboio carregada de desertificação, casas e estações abandonadas, chego a este monte que se situa à beira do Algarve.

Apressei-me, tinha de trocar de roupa. Chegava completamente marcado e identificando-me como se a minha figura falasse. Marcado pelos tais estímulos de citadino. A roupa de marca tipo INDITEX, a música “de marca” sei lá, de uma produtora qualquer, os ténis de marca americana, coisas para ler de menos marca, máquina fotográfica sempre útil, óculos de sol de marca italiana, lavado pelo Município da Moita e BP, e perfumado pelas marcas de feira ou não... Com aquele tempo conjuntural abundante do desemprego, com coisas aborrecidas de casa, trabalho e a falta grutesca deste que o país sente, escola e tudo o que isso acarreta, contas que são contas e na verdade só me faltava uma prancha gigante na testa a dizer Bem-Vindo ó da cidade!
Precisava mesmo de me trocar e o calçado também!
Agora temos aqui um vale, ali um monte, aquela planície, uma sombra, charcas e bom trabalho de campo.
Os dias longos que permitem contar os segundos do sol e dar uma volta com ele. Existe o tempo do tempo. O tempo sem nada e só comigo, o tempo que não é roubado e violado pelo formato de vida das cidades.
Para mim é uma sensação bela e estranha, em qualquer momento, viajar por tamanha distância. A distância que fica entre o repleto de estímulos a que estou habituado por um lado e obrigado por outro, e o todo grandioso tempo que devia ser sempre para mim.
E agora? O que irás fazer durante 24 horas, sete oito dias? Agora que estás só com esse tempo, todo teu?
Perguntas para mim mesmo.
Vou ali cortar umas silvas, cavar o terreno, plantar coisas boas, tratar da rega, de esgotos, fotografar, nadar em charcas, brincar com sapos, voar com abelhas e pardais. E que tal preparar uns barrotes de eucalipto para montar um tipi futuro lar para uma família, entre outras actividades sociais, outras aprendizagens… Bem alguma coisa tenho que fazer porque este lugar é também assim.

Caí em mim… Não que todas estas coisas não eram boas!
O meu pensamento situava-se precisamente no continuar a ser-se violado por obrigações e levar os meus dias a pensar em tudo o que tenho para fazer, alguma coisa tenho de fazer, e nunca pensar verdadeiramente em mim ou no formato em que vivo.
Naquela simples forma de viver em, tudo é meu e para mim, para além de gratuito no verdadeiro sentido da palavra. Nunca sentir que é um problema o não ter ou não querer. Não pensar em tenho de fazer ou não tenho de fazer e por fim acreditar que a maior valia que a vida nos pode dar, é o nosso próprio ser, aquilo que este pode fazer por si e dar a si de forma independente. Concretamente o que é que eu preciso e porque preciso.
Em que formato vivo e quero viver? Sistemas e subsistemas!
Quanto consigo e o que faço para o conseguir!
Claro que tudo fazia com gosto e vontade. A beleza do que estava a viver assim me obrigava e o SALTO entregava-me na cara muita actividade e ideias aos molhos. Molhos como os campos, como o verde que por ali habitava e os sorrisos e cantos que ia descobrindo.
Não querendo que este seja um post que fala de doutrinas ou filosofias de vida, confirma-se o quanto foi brutal ter experienciado uma outra forma de estar comigo mesmo neste mundo.
Foi como voltar a ser criança. Imagine-se uma data em que todo o tempo que temos é para brincar e crescer. Todas as horas são para nós mesmos e todo o raciocino se concentra naquilo que queremos. O desgaste natural do respirar acaba na cama não dando lugar sequer para pensar no que vestir amanha!
O que é a propriedade, o materialismo, o comodismo, regras e dores de cabeça que o formato em que vivo me obriga?
O que é o trabalho, o compromisso, o dever, a obrigação ou espécies de responsabilidade?
O que são os estímulos e o que é tudo isto que a sociedade/cidade nos emana constantemente?
E por fim o que é estar só connosco, uma casa no lago com sapos e outros bichos a assistirem a um belo zunido de arpa e ao vivo, ter as horas do dia no bolso, ter uma wc a seco e plantas que falam connosco e ter um “apetece-me constante” na ponta do cérebro só para mim?

O SALTO é de facto um lugar onde o tempo que é nosso existe realmente.
É contudo um lugar onde o tempo é lugar.   
Bless this place and your people!
Beijokas e obrigado pela paciência.