quarta-feira, setembro 5
sexta-feira, agosto 17
quarta-feira, julho 18
"O que eu sou hoje é como a umidade no corredor do fim da casa,
Pondo grelado nas paredes...
O que eu sou hoje (e a casa dos que me amaram treme através das minhas lágrimas),
O que eu sou hoje é terem vendido a casa,
É terem morrido todos,
É estar eu sobrevivente a mim-mesmo como um fósforo frio..."
CAMPOS, Álvaro, (Heterónimo de Fernando Pessoa)
segunda-feira, maio 14
segunda-feira, maio 7
domingo, maio 6
sábado, maio 5
Posters, t-shirts, referências em filmes e séries de animação. A imagem de O Grito, de Edvard Munch, está em todo o lado.
O que é que O Grito tem? "Fala por toda a gente, já todos nos sentimos sozinhos e desesperados em algum momento da nossa vida", disse à BBC David Jackson. Segundo este professor de História da Arte Escandinava da Universidade de Leeds, "o impulso de olhar para as coisas que nos incomodam é parte fundamental da condição humana".
Com um ar desesperado, de boca aberta em esgar e as mãos na cabeça, numa ponte com duas pessoas ao fundo, e um horizonte com cores garridas, a figura central do quadro transmite uma angústia que tem atravessado décadas, mantendo-se sempre actual. À época da realização da obra, Munch estaria a retratar o seu próprio estado de espírito, que, como escreveu Jonathan Jones, crítico de arte do britânico The Guardian, vivia infeliz e alienado do mundo por não estar a ser reconhecido pelo seu trabalho. Hoje, facilmente qualquer pessoa se pode identificar com esse estado e, por sua vez, com o quadro.
O psicólogo da Universidade de Reading Eugene McSorley compara o efeito com o suscitado por registos de pessoas em sofrimento. "É muito difícil para as pessoas ignorar estas imagens. Não conseguem desviar o olhar", disse à BBC sobre o quadro que deixou de ser apenas o grito de desespero de Munch para se tornar no grito da modernidade.
Petter Olsen, o norueguês que levou o quadro à praça, vai mais longe na definição da obra e fala do "momento terrível em que o homem percebe o seu impacto na natureza e as mudanças irreversíveis que iniciou". Daí a decisão de o vender ao fim de tantos anos. "Sinto que é o momento para oferecer ao resto do mundo uma hipótese de ter e apreciar este incrível trabalho, que é a única versão de O Grito [das quatro existentes] que não está num museu da Noruega", disse o empresário, cujo pai foi amigo e patrono de Munch, tendo adquirido vários quadros ao artista.
"É preciso saber quando é que temos de largar as coisas", disse à televisão norueguesa NPK o empresário, que, com o dinheiro da venda, vai financiar um novo museu, um hotel e um centro de arte na Noruega.
Sobre o actual comprador nada de sabe, existindo rumores de que poderá ter sido adquirido pela família real do Qatar, que no final do ano passado comprou Os jogadores de cartas de Paul Cézanne por 190 milhões de euros.
sexta-feira, maio 4
quinta-feira, maio 3
terça-feira, janeiro 31
sexta-feira, janeiro 20
É devastadora a visão com que te observo neste segundo em mais um processo.
Acaricio-te com o que não precisas, num ato tão egoísta e tão massacrado que por maldade inusitada paro triste ou contente, para assim te encontrar e ouvir.
Caminho em cada manha, nas calçadas de um lugar qualquer que abraço, imaginando qual seria, qual é, o sabor nos lábios enquanto respiro e te alimento.
Em muitos momentos apetece-me espremer-te com a vontade de que te possas expressar na única língua que conheço, com palavras ou com a música tocada por notas com que te cuidas.
Serás tu Coração so porque bates?
No meu casulo mental, do por mim a pensar no invés louco que seria! Devias tu falar e de uma maneira qualquer. Que conseguisses tu agir, em conformidade com o raciocínio mesmo que irracional por vezes, que conseguisses tu bombear a galope com os sentimentos e não com o bombear do sangue que em ti corre.
Neste tempo, sugo o querer estar bem sem que te oiça a trabalhar, admitindo que és mais uma tecla deste meu piano de cauda frágil que me constitui, para com desdenha força conseguir colocar-te no lugar correto, mas, infelizmente, o poder que te foi dado por uma matriz qualquer, não chega para me conduzir e me consolar no pensamento próprio desta estação.
Um olá para ti Coração que na verdade falas em momentos concretos deturpando a inteligência de que necessito…