quarta-feira, novembro 23

Monkey - After Something

sexta-feira, julho 18



No frio das horas volto costas aos ponteiros. Pego nas canas, nos números e nas pedras que contam o tempo e embrulho tudo com um papel fino, feito com pedaços de saudade e de seda.
Agarro o sol que lá rasga as nuvens, e coloco-O debaixo dos pés patinando no calor que só a mim me cabe, só para mim serve e só mesmo a mim interessa.
Os minutos são agora paisagem, os segundos uma miragem, e os números de data transformam-se em simples desenhos de agenda sem ordem, em grandes símbolos sem compromisso ou um pouco de vento.
O tempo não tem cheiro, não tem cor, não tem toque, não tem som. Tem sim o passado o presente e o futuro, o descabido que lhe valha ou o sentido que sempre lhe calha.
É escravo e não detém qualquer liberdade por posse adquirida. Está constantemente a ser contado ou julgado, usado ou planeado, enfim...
Entre o céu e a terra habita também o tempo que carrego no pulso através de engenhos sempre contemporâneos mas no fim, entre o tempo que conto e qualquer fórmula de O observar encontro um formato para o meu tempo.
Mutação ou constante movimento?

A seda e a saudade em pedaços, dão embrulho ao tempo. Colocam as pedras no seu lugar e os números também.
Agora encosto as canas numa espécie de base onde os ponteiros contam o famoso tempo que simplesmente me limito a festejar.

terça-feira, junho 17


O bailarico mental está montado!
A adjudicação da minha ordem quer parecer-me difícil e, ao mesmo tempo, tão carnal que se torna estupidamente fácil, de rasteira inusitada com um certo quê de perspicácia à mistura.
Mas será que ainda mando?
Toquei no passado, arrisquei sem pudor, sem choro, um pensar,  e até um não hesitar e por isso aqui passo.
O pensamento cansado e as tentativas por algo a descobrir ou simplesmente a recordar, não me trazem ainda nos dias de hoje, qualquer arrependimento. Só mesmo aquele saudoso estar ora inseguro ora poderoso que me suja a preguiça e me reforça com iniciativas já adultas e puramente fantasiosas.
Os copos copinhos, pergaminhos mirabolantes, o calor, o exótico, esse lábio, aquele olhar, a transformação do crescimento e anos que passam… são coisas fartas, que cabem num bolso de memórias e me dão significados sem par. São razão, são paixão, são um corpo presente que na membrana deste toque se põem à vista. São pois, “animalices” com que pinto fotografias dentro de mim ocupando-me assim de um tempo indeterminado.
Que venha o ódio ou aquele belo sentimento carnívoro tão estranho quanto o pecado, daquela que me parece estranha mas que não o é. Aliás, nada estranha quanto o pecado que tento justificar.
Peco com a alma estatelada num vazio e toco com a fantasia quando me lembro que brincar com o passado é o mesmo que brincar sob brasas cintilantes espalhadas pelo chão.
Tudo é vácuo, tudo é sonho… é desejo que na verdade nunca joguei porta fora e o tempo foi uma forma bem equacionada para medir a duração de algo. 

"O tempo não é senão a condição subjectiva sob a qual as instituições são possíveis em nós"
                                                                                                                                                  Kant


quinta-feira, março 27


Hoje temos mais um Dia Mundial do Teatro.

Vale a pena recordar mais do que nunca no dia de hoje, que a cultura em Portugal anda de braços dados com toda uma conjuntura desconstrutiva da nossa identidade enquanto património.
Mais do que a política, a cultura configura um lugar importante naquilo que fomos e somos, naquilo que queremos e não queremos, por onde andamos e por onde não queremos andar.

O Teatro é arte, é voz e manifesto. É sem dúvida um bem social para qualquer sociedade.

O Palco é mudo e surdo. 
Frenético, dramático e luxuoso.
É uma mistura de vozes e silêncio.
É coisa séria mesmo quando se brinca.
É felicidade quando neste se brilha.
É prazer no rir e no chorar.
É quente, sempre aclamado.
Intemporal, familiar e intimo.
É uma mistura de emoções.
Um disfarçar de reacções.
É uma interrogativa,
Quando no fim uma exclamativa!
Teatro é assim,
Teatro enfim. 

Francisco Cláudio

Não deixem de saber mais sobre este dia e onde podem assistir a uma peça de teatro com entrada livre.

“O prazer é a mais nobre função da atividade teatral.”  (Bertolt Brecht)

                               Dia Mundial do Teatro: AgendaLX

sábado, janeiro 18


A propósito do referendo para co-adopção por casais homossexuais... 
Palavras para que vos quero! 
O poder desta profissão, politico, dá de direito o que convém a quem desempenha estas funções. 
Estou para ver quando irá haver um referendo no país que discuta a privatização desta ou daquela empresa do estado ou um referendo que ponha a olho nu o que pensam os portugueses desta cambada que habita a casa da democracia.
Para quando um referendo para nomeações nos quadros do estado e função publica quando se trata de quadros superiores?
Para quando um referendo sobre os parceiros com que o pais se endivida?
Para quando um referendo que leve as pessoas a manifestarem-se se querem uma politica brutalmente direccionada para os mercados ou simplesmente direccionada para os seus cidadãos?
Para quando um referendo sobre a real função do estado (presidência e governo) nomeado por todos nós?


"Fugir a uma decisão e impor outra pela força não fica bem a um partido que tanto fala em liberdade."

domingo, dezembro 29

Tecidos indianos estanpados.

Mitologia Hindu: GANESHA - SHIVA e Simbolos 

1st. Digital Manual Photo + Color Edition
2nd. No color, just B/W and Picasa3 side effects  


















quinta-feira, dezembro 19


Esta prova de avaliação de professores marcada para o dia 18 de Dezembro/2013 tem tanta estupidez como a cabeça de todos aqueles que se metem com o tempo que os farta, a divagar sobre a sua existência ou a defenderem o sim pelo sim, esquecendo com isso, coisas que no entender de um estado democrático são muito mais discutíveis e cada vez mais ainda. Estou certo, que enquanto andamos a discutir a avaliação dos professores não nos apercebemos sequer do que está a ser feito com o ensino publico em Portugal não querendo dizer com isto, que este assunto não nos deva preocupar. 

Agora o fundamento, o meu contra AVALIAÇÃO DOS PROFESSORES: 
1. É o colega de profissão que me avalia (da mesma escola inclusive, boa maneira de se fiscalizar, que não haja dúvida), 
2. Só os de formação mais recente, até cinco anos, é que são avaliados e obrigados a fazer esta prova (estes que supostamente estão mais familiarizados com a evolução da escola e do ensino), 
3. Pagamento obrigatório ao patrão para que este nos avalie (o verdadeiro saque talvez para esconder ou mascarar os cortes na educação), 
4. Acordos com a FENPROF em vez de acordos conforme a constituição (que lá conseguiu (FENPROF) que a camada de naftalina não tivesse de fazer exame não querendo com isto menosprezar, diminuir ou outro que seja, os professores com mais de cinco anos de carreira) 
5. São ou não são todos professores, 
6. Os professores contratados estão sujeitos anualmente a rigorosos procedimentos de avaliação de desempenho pelo menos desde 2007, 
7. Para que servem os certificados de habilitação que as instituições de ensino superior, tutelados pelo mesmo ministério, entregam e que até são pagos a peso de ouro (quer isto dizer, que uma instituição de ensino superior não pode afirmar que este ou aquele aluno esta habilitado a seguir carreira de professor, põe-se em causa o ensino superior), 
8. A falta de informação sobre o conteúdo da prova (é para não fazerem cabulas), 
9. A não-aplicação aos professores contratados da Madeira... 

E agora um aparte: 
"O Ministério da Educação ignorou a directiva 1999/70/CEE do conselho Europeu que visa impedir os abusos dos contratos sucessivos. Violou também a resolução da Assembleia da República 35/2010 que recomenda que os docentes contratados com mais de 10 anos de serviço sejam integrados na carreira. Agora estes mesmos docentes ainda vão prestar provas para poderem ser professores contratados na sua maioria desempregados." Palavras do SIPE (Sindicato Independente de Professores e Educadores)

Quer isto dizer que o que importa é que se resolva mais um dos muitos buracos em que os centralistas nos deixaram. Até podia continuar a enumerar razões para poder afirmar de forma fundamentada a estupidez em que consiste esta avaliação de professores. Acontece que tenho de ir dormir porque amanha é dia de continuar a divertir-me com a areia que todos os dias me lava a cara!

segunda-feira, dezembro 16


E se for verdade que não existirá zona monetária quanto mais zona bancária nesta Europa que conhecemos? Que seja justa e igualitária? 
Existirá sim, e vai existindo, um passatempo de burgueses com sol e caipirão nada português!
Basta pensar que existem diferenças entre os seus pares na camada/cambada de impostos, quer seja para os contribuintes quer seja para as empresas e um custo de vida altamente dispare. 
Também o PIB, o numero de população a produção de bens e serviços, é maior nuns países e menor noutros.
A concentração de poderosos, pelo poder e sempre com poder, também têm a sua força particular. 
O critério fiscal para alguns produtos, bens e serviços muitas vezes diferente em mais de 10% em impostos directos às empresas no caso do IVA. 
Existirá sempre a política interna, a negociata individualista os interesses nuns e desinteresse noutros, a preferência neste e a preferência naquele. 
Para além disto tudo, ainda não mencionei a maior diferênça que neste assunto, Durão Barroso propõe união bancária, mais importa e que serve de referência para voltar a afirmar, é um caipirão nada português. 
Trata-se da discrepância do valor do dinheiro em cada país e para com cada país. A própria Europa podeAs desigualdades no crédito. Quem empresta e a quem se paga. Quem pede fora da Europa e quem empresta fora desta. A saída da moeda para paraísos e além-fronteiras! 
A obtenção de crédito através de entidades privadas cujo a fiscalização, beneficio/favorecimento e modo operandis, é diferente e rege-se por legislações e leis diferentes de país para país.
Eu não acredito que seja possível. Ainda existe muita diferença no valor do crédito e uma empresa portuguesa, para elem de operar num país com brutal estrangulamento financeiro devido a programas de austeridade ajudas externas, ainda tem de pagar três vezes mais que uma empresa alemã! 
Acredito que em continente de línguas diferentes, moedas diferentes, desigualdades bem patentes, uma zona monetária mais uma união bancária, é sempre um acto de solidão por um lado, interesse de alguns por outro e ainda, uma conversa pás bandas de Bruxelas que soa a romance de impingir. 
Esta é a espécie!
Chama-se humano!
 

Mais informação em: em www.ec.europa.eu 
Opinião editorial de André Macedo em: Dinheiro Vivo: "A união bancária é só rir"

sexta-feira, dezembro 13



A DEMOCRACIA PRATICADA NESTE TEMPO, SÉC. XXI, É A MESMA COISA QUE O CATOLICISMO DA IDADE MÉDIA, SÉC. V ATÉ AO SÉC. XV. 

A hegemonia praticada tem como objectivo controlar massas e servir interesses próprios. Não será a democracia também ela, uma forma de controlar massas e impor uma doutrina onde só existem dois tipos de ser humano: os ricos e os pobres, o bancário/accionista e o operário, o político e o cidadão? 

quinta-feira, dezembro 12


Olá a todos!
Mais um ano passou e mais um Natal está a chegar.
Em tempos tão difíceis como aqueles em que o país está mergulhado, tomo a liberdade de incentivar os Meus e os Teus. Ao contrario daquilo que todos esperamos, a pobreza e o desemprego têm aumentado, e com isso, a carência e a decadência em que muitas crianças vivem, é cada vez mais visível e tem tomado proporções que a maior parte de nós desconhece.
Assim sendo, e por mais um ano, venho desta apelar a sensibilidade de todos.
É sabido que não acredito na caridade, que odeio a pena e os corações tão frágeis como os olhos que não querem ver. Não me conformo com o desperdício e com a falta de solidariedade para com aqueles que nem uma uma música de Natal podem ouvir.  
Emprego a vontade da minha consciência e aquilo que sou, para deixar uma mensagem de esperança a todos aqueles que não podem ter um Natal tão ou mais digno quanto o meu e o teu.
Este ano a instituição onde passo o meu 25 de Dezembro, Casa do Gaiato de Setúbal, depara-se com muitas mais dificuldades. Dificuldades estas que são impostas pela conjuntura actual e  que levaram inclusive, a que muitos donativos que até aqui eram pelo menos anuais deixassem de existir.
Foi-me transmitido pelo gesto sensível das palavras do responsável máximo desta instituição, Padre Acílio, que é nos alimentos que se situam as maiores fragilidades dos cerca de 80 rapazes que nesta instituição encontraram uma forma de se auto-educarem e ali se formarem Homens. Bem sabemos que a alimentação é basilar na educação de qualquer criança.
“A preferência pelos alimentos não se trata de negar tudo o resto que possa ser doado. Trata-se sim, de perceber onde somos mais carecidos e as dificuldades que cada vez mais encontramos para escoar aquilo que não nos serve e com toda a certeza serve a imensa população que continuamos a ajudar, como é o caso do vestuário”
Posto isto, dou início a mais uma campanha, para recolha de alimentos que serão entregues na Casa do Gaiato de Setúbal no dia 25 de Dezembro.
Até ao dia 24 de Dezembro estarei a receber alimentos com preferência naqueles que tenham uma validade mais ampla (arroz, farinha, massas, feijão, cereais, enlatados e conservas) e  alimentos que tenham uma menor exigência de armazenamento (leite, ovos, frutas e alguns produtos agrícolas como batata, cebola, alho).
Também estarei a receber outros géneros que não produtos alimentares como vestuário e calçado (homem e senhora todas as idades), livros, jogos e brinquedos (didácticos), roupa de cama ou outros que possam aquecer as almas desprotegidas deste clima cada vez mais rigoroso. Em anos anteriores tem acontecido que muito vestuário que me tem chegado não pode mais ser usado ou então vem sujo e de qualquer maneira e por isso, deixo o alerta para que a vontade de todos se sobreponha ao gesto.
Para estes produtos tenho agendado uma visita à Santa Casa da Misericórdia de Setúbal e nesta visita será agendado um dia para que sejam entregues tudo o resto que me façam chegar e que não são alimentos.
Apelo também, porque o tempo escasseia e as condições de logística de que disponho não serem as melhores, que façam ainda um esforço suplementar para que me façam chegar o vosso contributo.

Em meu nome e em nome de todos aqueles que a voz por vezes é silenciada quer pela falta de possibilidades quer pela vergonha que os corrói, deixo o meu sincero agradecimento a todos aqueles a quem deixo esta campanha de iniciativa própria.
Boas festas para todos e lembrem-se que por cada doce na mesa existe mais de um milhão de pessoas que nem sabe o que isso é.

Beijos, abraços e boas festas.

Francisco Cláudio
Francisco_claudio@hotmail.com
912654094 

Foto de www.lixoeeeluxo.blogspot.pt/

terça-feira, dezembro 3


Virado para o oceano mais a oeste de Portugal, descubro que nas rochas cobertas por algas e outros bichos, a sensatez do meu comportamento ora indiferente ora ansioso, revela-se mesmo que inconscientemente.
Será pelo vazio deste lugar ou  pela paisagem que me faz parecer tão pequeno quanto um suspiro?
Irei descobrir, os motivos vão-se transformando em objectos.
Este cérebro tem o desplante de passar horas a fio junto ao mar mergulhando-se em salpicos de acontecimentos, vontades e desejos, e não admite qualquer licença ou ordem que o impeça de trabalhar o tempo, no tempo e pelo tempo.
O espelho está montado. Cai luz na ponta mais a litoral da Lagoa de Óbidos.
Estas riscas amareladas que pintam a água salgada nesta noite gélida, conduzem-me até à outra margem.
Oiço o mar! O mar que fica entre nós, o nós da Foz e o nós do Bom Sucesso.
A brisa estende-se pela areia e pouso todo o meu corpo neste lugar silencioso onde as palavras do oceano são o único ruído nos meus ouvidos. Assim me conforto com esta paisagem.
Também as disputas animalescas que ali se travam e o zunido da areia voadora, fazem-me sentir  livre, preenchendo o meu espaço interior com murmurinhos pessoais e vivências tão contemporâneas quanto as horas que trago no pulso.
Bem, a verdade é que distância entre margens aperta-me o pescoço.
É curta!
É tão igual a um último plano numa figura geométrica que a minha mente fotografa e na mesma tenta tocar a todo o momento.
Apraz-me a sensação desta ondulação e arrefecidas que estão as minhas palavras, os meus gestos e todo o tempo que me parece inesgotável.
A noite leva-me a acreditar que também naquele Bom Sucesso ao longe, existem vozes vindas de bichos iguais ao meu ser, campos de verde e castanho e rugas que brincam com a pele jovem de outras gerações.
Cada vez que vislumbro aquela encosta, a espuma branca do mar lembra-me que por ali paramos, esbarrando em rochedos de um mundo que me é exterior e que na mesma desconheço.
Este sistema de leis que causam a distância e criam o lugar, torna-me num sociopata de mim mesmo mas também, um feliz ser que se dá por contente ao contemplar a imensa paisagem que está mesmo à sua frente.
E lá vou divagando por cima dos meus ombros…
Os sentimentos não são mais que formas que desencorajam os Homens em momentos tão específicos.
Estou sentindo…
Estes deixam em mim um horário vital e aquela responsabilidade sarcástica que devo ter sempre comigo mesmo. Pegam no meu corpo como se se tratasse de uma marioneta e obriguem-me a gestos físicos e psicológicos que balanceiam este corpo, neste lugar.
São também os sentimentos, fórmulas cravadas através de momentos que dão justificação a tantos comportamentos, desencadeando-os quer de forma natural quer de forma partilhada, quer por vontade própria quer por vontade alheia.
Descobri ainda em adolescente que o sentir tem aquela força atómica que por vezes nos rouba a inteligência e não se incomoda com razão que seja.
Assim penso, que existe a razão dos Homens, existe a fé dos Homens e existe a diarreia mental que não sabe o que é a razão e para que serve esta.
A paisagem e o simples estar neste lugar, abre-me a possibilidade para o tal rebuliço de cabeçada, ora não fosse Sucesso parte do nome da outra margem e a falsidade um mal constante na vida que rodeia o ser-se em todos os mundos.
Bem-vinda Foz.

Bem-vindo Nadadouro e bem-vindo este lugar, que guardarei para todo sempre.

quinta-feira, novembro 21



Pudéssemos nós ver o universo, os planetas, o mundo, os objectos, as cores até, através da sua vibração.