domingo, dezembro 29

Tecidos indianos estanpados.

Mitologia Hindu: GANESHA - SHIVA e Simbolos 

1st. Digital Manual Photo + Color Edition
2nd. No color, just B/W and Picasa3 side effects  


















quinta-feira, dezembro 19


Esta prova de avaliação de professores marcada para o dia 18 de Dezembro/2013 tem tanta estupidez como a cabeça de todos aqueles que se metem com o tempo que os farta, a divagar sobre a sua existência ou a defenderem o sim pelo sim, esquecendo com isso, coisas que no entender de um estado democrático são muito mais discutíveis e cada vez mais ainda. Estou certo, que enquanto andamos a discutir a avaliação dos professores não nos apercebemos sequer do que está a ser feito com o ensino publico em Portugal não querendo dizer com isto, que este assunto não nos deva preocupar. 

Agora o fundamento, o meu contra AVALIAÇÃO DOS PROFESSORES: 
1. É o colega de profissão que me avalia (da mesma escola inclusive, boa maneira de se fiscalizar, que não haja dúvida), 
2. Só os de formação mais recente, até cinco anos, é que são avaliados e obrigados a fazer esta prova (estes que supostamente estão mais familiarizados com a evolução da escola e do ensino), 
3. Pagamento obrigatório ao patrão para que este nos avalie (o verdadeiro saque talvez para esconder ou mascarar os cortes na educação), 
4. Acordos com a FENPROF em vez de acordos conforme a constituição (que lá conseguiu (FENPROF) que a camada de naftalina não tivesse de fazer exame não querendo com isto menosprezar, diminuir ou outro que seja, os professores com mais de cinco anos de carreira) 
5. São ou não são todos professores, 
6. Os professores contratados estão sujeitos anualmente a rigorosos procedimentos de avaliação de desempenho pelo menos desde 2007, 
7. Para que servem os certificados de habilitação que as instituições de ensino superior, tutelados pelo mesmo ministério, entregam e que até são pagos a peso de ouro (quer isto dizer, que uma instituição de ensino superior não pode afirmar que este ou aquele aluno esta habilitado a seguir carreira de professor, põe-se em causa o ensino superior), 
8. A falta de informação sobre o conteúdo da prova (é para não fazerem cabulas), 
9. A não-aplicação aos professores contratados da Madeira... 

E agora um aparte: 
"O Ministério da Educação ignorou a directiva 1999/70/CEE do conselho Europeu que visa impedir os abusos dos contratos sucessivos. Violou também a resolução da Assembleia da República 35/2010 que recomenda que os docentes contratados com mais de 10 anos de serviço sejam integrados na carreira. Agora estes mesmos docentes ainda vão prestar provas para poderem ser professores contratados na sua maioria desempregados." Palavras do SIPE (Sindicato Independente de Professores e Educadores)

Quer isto dizer que o que importa é que se resolva mais um dos muitos buracos em que os centralistas nos deixaram. Até podia continuar a enumerar razões para poder afirmar de forma fundamentada a estupidez em que consiste esta avaliação de professores. Acontece que tenho de ir dormir porque amanha é dia de continuar a divertir-me com a areia que todos os dias me lava a cara!

segunda-feira, dezembro 16


E se for verdade que não existirá zona monetária quanto mais zona bancária nesta Europa que conhecemos? Que seja justa e igualitária? 
Existirá sim, e vai existindo, um passatempo de burgueses com sol e caipirão nada português!
Basta pensar que existem diferenças entre os seus pares na camada/cambada de impostos, quer seja para os contribuintes quer seja para as empresas e um custo de vida altamente dispare. 
Também o PIB, o numero de população a produção de bens e serviços, é maior nuns países e menor noutros.
A concentração de poderosos, pelo poder e sempre com poder, também têm a sua força particular. 
O critério fiscal para alguns produtos, bens e serviços muitas vezes diferente em mais de 10% em impostos directos às empresas no caso do IVA. 
Existirá sempre a política interna, a negociata individualista os interesses nuns e desinteresse noutros, a preferência neste e a preferência naquele. 
Para além disto tudo, ainda não mencionei a maior diferênça que neste assunto, Durão Barroso propõe união bancária, mais importa e que serve de referência para voltar a afirmar, é um caipirão nada português. 
Trata-se da discrepância do valor do dinheiro em cada país e para com cada país. A própria Europa podeAs desigualdades no crédito. Quem empresta e a quem se paga. Quem pede fora da Europa e quem empresta fora desta. A saída da moeda para paraísos e além-fronteiras! 
A obtenção de crédito através de entidades privadas cujo a fiscalização, beneficio/favorecimento e modo operandis, é diferente e rege-se por legislações e leis diferentes de país para país.
Eu não acredito que seja possível. Ainda existe muita diferença no valor do crédito e uma empresa portuguesa, para elem de operar num país com brutal estrangulamento financeiro devido a programas de austeridade ajudas externas, ainda tem de pagar três vezes mais que uma empresa alemã! 
Acredito que em continente de línguas diferentes, moedas diferentes, desigualdades bem patentes, uma zona monetária mais uma união bancária, é sempre um acto de solidão por um lado, interesse de alguns por outro e ainda, uma conversa pás bandas de Bruxelas que soa a romance de impingir. 
Esta é a espécie!
Chama-se humano!
 

Mais informação em: em www.ec.europa.eu 
Opinião editorial de André Macedo em: Dinheiro Vivo: "A união bancária é só rir"

sexta-feira, dezembro 13



A DEMOCRACIA PRATICADA NESTE TEMPO, SÉC. XXI, É A MESMA COISA QUE O CATOLICISMO DA IDADE MÉDIA, SÉC. V ATÉ AO SÉC. XV. 

A hegemonia praticada tem como objectivo controlar massas e servir interesses próprios. Não será a democracia também ela, uma forma de controlar massas e impor uma doutrina onde só existem dois tipos de ser humano: os ricos e os pobres, o bancário/accionista e o operário, o político e o cidadão? 

quinta-feira, dezembro 12


Olá a todos!
Mais um ano passou e mais um Natal está a chegar.
Em tempos tão difíceis como aqueles em que o país está mergulhado, tomo a liberdade de incentivar os Meus e os Teus. Ao contrario daquilo que todos esperamos, a pobreza e o desemprego têm aumentado, e com isso, a carência e a decadência em que muitas crianças vivem, é cada vez mais visível e tem tomado proporções que a maior parte de nós desconhece.
Assim sendo, e por mais um ano, venho desta apelar a sensibilidade de todos.
É sabido que não acredito na caridade, que odeio a pena e os corações tão frágeis como os olhos que não querem ver. Não me conformo com o desperdício e com a falta de solidariedade para com aqueles que nem uma uma música de Natal podem ouvir.  
Emprego a vontade da minha consciência e aquilo que sou, para deixar uma mensagem de esperança a todos aqueles que não podem ter um Natal tão ou mais digno quanto o meu e o teu.
Este ano a instituição onde passo o meu 25 de Dezembro, Casa do Gaiato de Setúbal, depara-se com muitas mais dificuldades. Dificuldades estas que são impostas pela conjuntura actual e  que levaram inclusive, a que muitos donativos que até aqui eram pelo menos anuais deixassem de existir.
Foi-me transmitido pelo gesto sensível das palavras do responsável máximo desta instituição, Padre Acílio, que é nos alimentos que se situam as maiores fragilidades dos cerca de 80 rapazes que nesta instituição encontraram uma forma de se auto-educarem e ali se formarem Homens. Bem sabemos que a alimentação é basilar na educação de qualquer criança.
“A preferência pelos alimentos não se trata de negar tudo o resto que possa ser doado. Trata-se sim, de perceber onde somos mais carecidos e as dificuldades que cada vez mais encontramos para escoar aquilo que não nos serve e com toda a certeza serve a imensa população que continuamos a ajudar, como é o caso do vestuário”
Posto isto, dou início a mais uma campanha, para recolha de alimentos que serão entregues na Casa do Gaiato de Setúbal no dia 25 de Dezembro.
Até ao dia 24 de Dezembro estarei a receber alimentos com preferência naqueles que tenham uma validade mais ampla (arroz, farinha, massas, feijão, cereais, enlatados e conservas) e  alimentos que tenham uma menor exigência de armazenamento (leite, ovos, frutas e alguns produtos agrícolas como batata, cebola, alho).
Também estarei a receber outros géneros que não produtos alimentares como vestuário e calçado (homem e senhora todas as idades), livros, jogos e brinquedos (didácticos), roupa de cama ou outros que possam aquecer as almas desprotegidas deste clima cada vez mais rigoroso. Em anos anteriores tem acontecido que muito vestuário que me tem chegado não pode mais ser usado ou então vem sujo e de qualquer maneira e por isso, deixo o alerta para que a vontade de todos se sobreponha ao gesto.
Para estes produtos tenho agendado uma visita à Santa Casa da Misericórdia de Setúbal e nesta visita será agendado um dia para que sejam entregues tudo o resto que me façam chegar e que não são alimentos.
Apelo também, porque o tempo escasseia e as condições de logística de que disponho não serem as melhores, que façam ainda um esforço suplementar para que me façam chegar o vosso contributo.

Em meu nome e em nome de todos aqueles que a voz por vezes é silenciada quer pela falta de possibilidades quer pela vergonha que os corrói, deixo o meu sincero agradecimento a todos aqueles a quem deixo esta campanha de iniciativa própria.
Boas festas para todos e lembrem-se que por cada doce na mesa existe mais de um milhão de pessoas que nem sabe o que isso é.

Beijos, abraços e boas festas.

Francisco Cláudio
Francisco_claudio@hotmail.com
912654094 

Foto de www.lixoeeeluxo.blogspot.pt/

terça-feira, dezembro 3


Virado para o oceano mais a oeste de Portugal, descubro que nas rochas cobertas por algas e outros bichos, a sensatez do meu comportamento ora indiferente ora ansioso, revela-se mesmo que inconscientemente.
Será pelo vazio deste lugar ou  pela paisagem que me faz parecer tão pequeno quanto um suspiro?
Irei descobrir, os motivos vão-se transformando em objectos.
Este cérebro tem o desplante de passar horas a fio junto ao mar mergulhando-se em salpicos de acontecimentos, vontades e desejos, e não admite qualquer licença ou ordem que o impeça de trabalhar o tempo, no tempo e pelo tempo.
O espelho está montado. Cai luz na ponta mais a litoral da Lagoa de Óbidos.
Estas riscas amareladas que pintam a água salgada nesta noite gélida, conduzem-me até à outra margem.
Oiço o mar! O mar que fica entre nós, o nós da Foz e o nós do Bom Sucesso.
A brisa estende-se pela areia e pouso todo o meu corpo neste lugar silencioso onde as palavras do oceano são o único ruído nos meus ouvidos. Assim me conforto com esta paisagem.
Também as disputas animalescas que ali se travam e o zunido da areia voadora, fazem-me sentir  livre, preenchendo o meu espaço interior com murmurinhos pessoais e vivências tão contemporâneas quanto as horas que trago no pulso.
Bem, a verdade é que distância entre margens aperta-me o pescoço.
É curta!
É tão igual a um último plano numa figura geométrica que a minha mente fotografa e na mesma tenta tocar a todo o momento.
Apraz-me a sensação desta ondulação e arrefecidas que estão as minhas palavras, os meus gestos e todo o tempo que me parece inesgotável.
A noite leva-me a acreditar que também naquele Bom Sucesso ao longe, existem vozes vindas de bichos iguais ao meu ser, campos de verde e castanho e rugas que brincam com a pele jovem de outras gerações.
Cada vez que vislumbro aquela encosta, a espuma branca do mar lembra-me que por ali paramos, esbarrando em rochedos de um mundo que me é exterior e que na mesma desconheço.
Este sistema de leis que causam a distância e criam o lugar, torna-me num sociopata de mim mesmo mas também, um feliz ser que se dá por contente ao contemplar a imensa paisagem que está mesmo à sua frente.
E lá vou divagando por cima dos meus ombros…
Os sentimentos não são mais que formas que desencorajam os Homens em momentos tão específicos.
Estou sentindo…
Estes deixam em mim um horário vital e aquela responsabilidade sarcástica que devo ter sempre comigo mesmo. Pegam no meu corpo como se se tratasse de uma marioneta e obriguem-me a gestos físicos e psicológicos que balanceiam este corpo, neste lugar.
São também os sentimentos, fórmulas cravadas através de momentos que dão justificação a tantos comportamentos, desencadeando-os quer de forma natural quer de forma partilhada, quer por vontade própria quer por vontade alheia.
Descobri ainda em adolescente que o sentir tem aquela força atómica que por vezes nos rouba a inteligência e não se incomoda com razão que seja.
Assim penso, que existe a razão dos Homens, existe a fé dos Homens e existe a diarreia mental que não sabe o que é a razão e para que serve esta.
A paisagem e o simples estar neste lugar, abre-me a possibilidade para o tal rebuliço de cabeçada, ora não fosse Sucesso parte do nome da outra margem e a falsidade um mal constante na vida que rodeia o ser-se em todos os mundos.
Bem-vinda Foz.

Bem-vindo Nadadouro e bem-vindo este lugar, que guardarei para todo sempre.

quinta-feira, novembro 21



Pudéssemos nós ver o universo, os planetas, o mundo, os objectos, as cores até, através da sua vibração.

sábado, novembro 2


segunda-feira, outubro 28



Depois de quartel militar, esquadra de polícia, escola secundária e outros tantos títulos, estes magníficos "pavilhões" como lhe chamam as gentes da terra, são agora uma obra de arte natural num museu natural. São parte do pulmão urbano da cidade e ainda tela para árvores plantadas em cima de videiras. 
É também o Parque Dom Carlos I nas Caldas da Rainha, um lugar para estátuas de bronze e pedra colocadas neste "Passeio da Copa" de estilo barroco.
Não sabe a natureza quanto custará a recuperação destes pavilhões e torna-se mais irónico ainda, reflectir-se sobre o facto de esta construção de finais de Séc. XIX ter nascido para servir o Hospital Termal das Caldas da Rainha, o mais antigo hospital termal do mundo. 
Para além da fotografia que me apraz nos clicks que lá vou fazendo e com que me degusto neste caso, não posso deixar de me relacionar com o abandono dos nossos recursos e o significado deste abandono. 
Não queria acreditar que o estado de todas as fachadas destes pavilhões é produto, mais que fora do prazo, das escolhas daqueles que governam ou governaram os espaços, monumentos e lugares como este. Não quero também acreditar que isto é um reflexo da nossa própria identidade enquanto país e até de conjunturas actuais! Mas... acredito.

Visitem, não se irão arrepender.

quarta-feira, agosto 14


Aproximando-me deixo cair a bicicleta de cores e passeatas. A nossa relação é amigável e deixá-la cair não tem maldade. Somos amigos de recente data mas aqui encontrámos aquela praia. 
De uma parte junto ao rio em Alhos Vedros destaca-se um lugar com barulho próprio como qualquer outro que tem o seu. Um lugar lindo nuns momentos e noutros, como dias em que o uso, tão feio. Tem memória de pequenas coisas más e sarcásticas da azáfama obrigatória que provém de felizes recordações. Num dia encontrei este lugar regado pela morte natural de qualquer armadilha feita pelo homem e lembro-me de gravar imagens de luz com o que estava espalhado pelo chão. Tanto animal do mar morto. Noutro dia tinha ali um barco plantado onde me regalava com o sol, contemplando a brisa com cheiro a ervas do campo, rio e mar, torrão de um inverno nos seus últimos dias e as mesclas de um lugar tão pouco visitado. Um lugar para diferentes imagens. 
Nestas horas visito-o pelo barulho da sua água correndo contra peixes que respiram bolhas oxigenadas pela corrente. Aberto para uma paisagem invejável, sento-me criando panóplias mentais onde predominam desenhos de letras em tom de rabisco, nas folhas que seguro e onde crio histórias de fantasiar. 
Sentado respirando pela memória com o que brinco e sonho, entro num sítio que na verdade não existe a não ser pela memória fotográfica que peguei nas esquinas das cidades ou nas cadeiras da vida e que comigo transporto todos os dias. Um livro talvez. 
Não foi fácil encontrarmo-nos. Foi mais fácil marcar novo encontro porque tinha de o descobrir ou simplesmente apreciar e com ele criar algo. Entrar naquela paisagem num sábado de manha mais parecia o entrar num lugar descoberto a punho e tanto custo quando na verdade ainda não tínhamos estado só os dois e este, mais perto que qualquer outra coisa e na verdade já me tem feito alguma companhia. Sentia-me um forasteiro que mastiga vontades na fumarada do quotidiano, que brinca com seus dedos parados, apercebendo-me do inútil que são as dormidas para mudar a pele que visto. 
Depois de curtos passinhos e já instalado com a água correndo-me pelas pernas, misturo-me nas tais fantasias nostálgicas. 

Uma aldeia de tradições, brancos de cal, rugas com contos, e um paladar de pequenos professores artesãos, de prosa inatingível, saltavam-me à vista sem que fossem parte de qualquer realidade senão daquela que imagino. Vou subindo e quase chego ao mirante onde a luz e os ruídos daquele lugar me fascinam. Irei conseguir. É uma rua grande em direcção à tal igreja que se situa sempre no centro das vilas. Ladeada de olhos que cravam pensamentos medonhos mas também, de brincadeiras que ocupam o tempo que esbanja depois da labora das terras. Transporto alguém comigo, Chico o rapaz daquela aldeia desertificada. Alguém que me carrega as preocupações e os empréstimos de tempo, assim estou com a imaginação que se funde com as estalactites que duram no final da sua época e liberto-me para os meus vocábulos de algibeira. 

- Nesta vila tudo se esquece depressa menos o que nela se educa desde tenra idade e que perdura até à morte. Conta Chico. 

A idade está marcada e a pasmaceira do centro sentencia a cultura que encontro nos meios rurais. 
Os bancos de descanso, casas, jardins, a arquitectura social é a tradicional na terra do faz-se nada ou do ninguém aparece. A visita estranha é escrutinada como se viesse de outro lugar bem longe e desconhecido e isso faz parte da tarde em que me apresento na chegada. Não sei como será mais logo em tectos que ali moram e que me serão emprestados. Onde estarei coberto pelo cheiro duma lareira onde cabo de pé e numa mesa de sala lendo gestos e pensamentos que necessitarei de descodificar ou simplesmente respeitar. Anseio por chegar. 
Dona Amélia recebe-me como se estivesse vendada. Aquele ouvido afinado contava os meus passos bem longe e ouvia insectos zunindo nos jardins que ladeiam a casa. Sempre apurada e pronta para qualquer assunto de liderança e lida da casa. Contínua gritando com os fascinas ao mesmo tempo que abre os braços para me receber. Não nos conhecemos, nunca nos vimos antes, e na hora da minha reserva os telegramas trocados davam a certeza que sou eu quem devia chegar aquela hora. Aquele receber é tradição, situa-se entre as entranhas das paredes de pedra da vila e o ar que toda esta respira. 

- Pelo jeito, Sr. Cláudio? Boa tarde. O almoço ferve e prazer em recebe-lo nesta casa.

Aprumada pela moda de séculos sem pretos melancólicos ou de obrigação confirma-se. Estou cumprimentado e Chico leva-me aos meus aposentos onde sou banhado com cheiros de campo e fruta de época…
A mesa está posta. Aqui não se esquece os naperões e o cozido lá das gentes que são tão iguais aos que só passam de visita. O melhor olá depois desta viajem de malabarismo racional e imaginário está lá. 

Depois de me sentar e regalar o estômago irei continuar. 
A vista que banha este rio onde me sentei, contínua a fazer-me viajar e é mesmo real. O sábado de manha contínua e nesta viagem estou pronto para o almoço depois de cumprimentos feitos na casa onde D. Amélia me recebe. 

A história contínua nos meus cadernos. Uma impressão a partir do livro “aparição” de Vergílio Ferreira. 


domingo, junho 9


Estranha esta displicência da minha carne, do meu motor. 
Com desenhos de uma só cor quero informar-me constantemente acerca das minhas vontades, e quer parecer-me, que neste corpo isso é possível!
O corpo fala-me em tons de vermelho arredondado quando a minha mente não quer, quando o raciocínio se combate pela razão e não pelo sentimento. Quando mais ainda, o próprio sentimento não vale mais que pedaços de memória ou um simples estado de espirito. Não é porque queira, não é porque me calha em apetite e não é, porque estou em devaneio espiritual comigo mesmo.
Será pelo não trivial do hoje, que neste bloco social escrevo sobre este meu assunto.
Será pelo livro aberto e pelos Macacos do Meu Nariz mais ou menos reservados, que respiro neste meu canto não me querendo descuidar.
O cheiro depende do Nariz.
O Nariz da máquina,
E a máquina de mim mesmo
Viajo para um patamar em que estampo na pele e para sempre, aquela mensagem de que me quero fazer recordar todos os dias. As histórias e contos imortais.
Os rabiscos no corpo podem ser representações de um presente mas também de um passado. Descrever uma razão, um pensamento, uma fórmula, mas também um significado.
 E desenho? Tatuagens nos corpos!
Descobri porém, que estas também podem ser um caminho para um início ou para um fim quando penso e faço amor com este meu motor.
Eu prefiro pensar que tudo é novo e situa-se na casa da partida e que não existe sequer lugar, para a casa da meta. Que tudo é novo e não uma meta do que quer que seja. Isto até pode ajudar-me a conviver com o passar da idade J.
Estou portanto no ponto de partida para algo.
Quero sair da casca, pegar na jangada da vida e por sorrisos maiores partir nesta aventura com desenhos agora no meu corpo.
É para mim um recordar de vontades que tiro do baú, continuando a lutar na casa da partida e desenhando com os olhos espetados no corpo, os sonhos que persigo.

 Nada é inócuo, nada é em vão e nada, esquecerei.